quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Nossos registros pessoais

E pensar que faz um mês e meio que não publico algo aqui, minha nossa! Eu segui até o fim do ano passado bem, com ideias e postagens a cada semana, mas, o começo do ano tem sido muito atarefado mesmo: meu volume de trabalho de minha empresa aumentou (felizmente), e também estive super envolvida na conferência de jovens do carnaval, que foi excelente com líderes ótimos, mas claro, teve muita coisa por fazer; e fiz uma cirurgia, simples, mas que exigiu alguns cuidados. Por fim estou bem e a ideia e retomar as postagens semanais: basicamente tenho vários títulos prontos, mas tem que colocar a ideia em prática, né?

Passadas as explicações, algumas semanas atrás uma amiga querida perguntou no facebook sobre como fazíamos diários, já que ela estava buscando alternativas que funcionassem bem pra ela. Vi muitas ideias bacanas, exemplos incríveis, e prometi que ia fazer um post sobre isso, porque valia a pena.

Como sabemos, somos incentivados a fazer nossa história familiar. Isso vale registrar algumas coisas do dia a dia, tirar fotos e enfim: deixar para nossa posteridade um pouco de nossa história. Muita gente tem dificuldade nisso, especialmente os homens (a maioria diz "na missão eu fazia" haha) mas quem sabe a gente pode dar uma ajudinha aos nossos maridos, pais e filhos nisso com um incentivo com o que nós mulheres fazemos.

Imagem: Freepik

Se você ainda não escreve, eu recomendo FORTEMENTE a fazê-lo. Darei dois motivos (existem muitos, mas enfatizarei esses) que pra mim são únicos:

1. Você não consegue se recordar tão bem de fatos e momentos apenas com sua memória: não tem jeito, o ser humano é falho, a gente envelhece e esquece as coisas. Não que a gente vá registrar cada detalhe da vida diária, mas alguns momentos merecem ser detalhados e alguns sentimentos e experiências - especialmente as espirituais - merecem ser lembradas. Me casei há quase 7 anos e esses dias reli o que escrevi sobre noivado, minha primeira vez no templo e os sentimentos que tive no casamento. Foi incrível, porque já havia alguns detalhes que eu não lembrava bem, e isso desperta muitas coisas boas na gente. Faça por você, não deixe impressões e ocasiões especiais se perderem no tempo. Se você registrar apenas isso, já é um grande passo.

2. Suas gerações futuras vão querer te conhecer - e vão te agradecer: eu não conheci meus avós paternos, eles falecerem quando meu pai era ainda bem jovem, e apesar dele falar algumas coisas para nós, fico na vontade de saber mais sobre eles, por eles mesmos. Por outro lado, minha avó materna escreveu diários. Ela faleceu quando eu tinha 18 anos, e apesar de ter convivido com ela em vida, eu não conheci tanto dela não: comecei a ler o que ela deixou há uns 2 anos atrás, e tem sido maravilhoso, pois tem me ajudado a fazer minha história familiar (ela tinha muitas dificuldades mas fez muito, considerando que aprendeu a ler e escrever já adulta e tinha muitas limitações), fortalecido meu testemunho e saber que mesmo 10 anos após seu falecimento eu ainda posso conhecer mais dela é incrível.Vocês não gostariam que um dia seus filhos e netos dissessem algo assim sobre vocês?


Agora vamos para a parte prática: como é que faz pra dar certo isso?

Tem aulas, recursos e manuais da Igreja que dão sugestões, mas acredito que cada pessoa deve testar o que melhor funciona pra si e fazer. Não precisa obrigatoriamente ser no papel e caneta, mas cada um faz o que melhor se adaptar, o conteúdo é o que importa.

Mas aqui vai uma lista de sugestões rápidas:

* Cadernos variados - no bom e velho papel e caneta, com sua própria letra e bem pessoal;

* Blog privado, bloco de notas ou online de alguma forma - tem a vantagem de colocar fotos das redes e dispositivos móveis, além de poder escrever em vários lugares. A maioria das pessoas consegue escrever mais rápido também - eu aderi um blog privado desde 2011 e funciona legal no MEU caso.

* Canal de video ou gravação de audio: por que não contar sua história falando? Pode ser mais rápido ainda, só tem que se organizar para gerenciar os arquivos pra não pesar e talvez perder a vergonha de fazer assim!

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Além disso, vale criar recordações de formas diversas: álbuns de fotos - incluindo específicos, eu estou com um projeto de fazer um fichário com uma página para cada viagem em família que fizermos - certificados, bilhetes e cartas, presentes significativos, e por aí vai. Isso é bem bacana de recordar, e dá pra resumir, e assim você pode destinar mais tempo para escrever sentimentos e impressões sagradas, coisas que fizeram uma diferença real dentro de você.

Com certeza tem mais maneiras, mas por fim, tem 2 considerações finais que gostaria de deixar:

1. Arrume um tempo semanal para isso: coloque na sua rotina como se fosse algum compromisso pessoal mesmo, mas não deixe acumular ou esquecer, o tempo passa, e depois não é a mesma coisa. Mesmo que sejam 10 minutos por semana, você vai parar, pensar no que aconteceu naqueles dias, não se deixe esquecer!

2. Não importa o jeito, o que importa é o conteúdo: seu português tem muitos erros? Você não escreve ou fala bem? Você não sabe se a forma como faz não é muito legal? Acredite, suas gerações não se importarão com isso. A letra da minha vó é bem difícil de entender MESMO, e sua gramática está cheia de erros, mas... a VIDA dela tem um significado muito maior, imenso pra mim, e isso é o que mais importa. Estes "problemas" não são nada comparado ao seu legado.

Como você faz sua história familiar? Mais dicas serão bem vindas para próximo post com todas elas quem sabe?

Se você não faz, consegui te convencer?