segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Organizando a casa - Parte 4 - Sala de Jantar Funcional

Mais um post de vida organizada e, desta vez, falo à você sobre como conseguimos criar espaço em nossa pequena sala de apartamento.

Isso era algo que queríamos especialmente pelo fato do Mateus correr pela casa e naturalmente bater nas coisas, mas também para ter mais amplitude e conforto em nosso lar. E conseguimos com o móvel que se tornou meu favorito da casa.

Eu já tinha visto ideias de mesas desmontáveis, e pensei que seria uma boa solução para nós, afinal não temos o hábito sentar-se na mesa da sala diariamente (comemos no balcão da cozinha atualmente, até porque não almoçamos juntos). Vi inicialmente um modelo que você retira o tampo da mesa e abre ela com um sistema de corrediças da forma que preferir - desde algo que fica um aparador até 8 lugares. Onde guardar os tampos ainda não sabíamos mas eu daria um jeito de alguma forma. Estávamos decididos, mas... o modelo que eu havia visto (que já era um um pouco acima do valor de uma mesa normal) não tinha mais na cor que queríamos na loja, e só tinha em São Paulo com o preço em dobro. Não tinha como encarar.

Então, fomos buscar alguma solução diferente e sabe que há males que vem pra bem, certo? Nos deparamos com uma mesa dobrável em uma loja que basicamente você abre e fecha os pés, assim como o tampo, e ela fica ou inteira, ou pela metade. Era excelente, não teríamos mais que guardar tampo em lugar nenhum e o sistema poderia ser feito tranquilamente por nosso marceneiro, o que melhorou ainda mais o preço. Achamos nossa solução e amamos o resultado.

A mesa aberta fica assim:


E fechada no cantinho fica assim.


Ainda economizamos mais um tanto de espaço com as cadeiras. Optamos por um modelo confortável, com preço justo e empilhável. Deu um tanto de trabalho para achar, conseguimos e compramos direto em uma distribuidora que barateou consideravelmente o valor (gente cadeira tá caro DEMAIS). Não foi barateza, mas ficou justo e era o que queríamos.


E por fim, no caso de recebermos mais de 6 pessoas em casa quando vem toda a família ou almoço dos missionários, compramos mais 4 banquetas daquelas que abrem e fecham, e ocupam bem pouco espaço: ficam guardadas atrás de um móvel, mas dá pra colocar até umas 10 pessoas na mesa: apertadinho, mas dá!

Enfim, assim temos uma sala menorzinha, mas que ficou bem espaçosa, tranquila de circular e como queríamos. Estamos bem satisfeitos e, pra quem não pode investir em uma casa ou apartamento grande, acho que vale economizar no imóvel e investir um pouquinho mais nos móveis funcionais.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Preocupações atuais da liderança às crianças e a atenção que devemos dar a estes conselhos

Acredito que a maioria de nós, quando lemos a Liahona, também acabamos lendo a sessão dedicada às crianças. Eu também me sinto muito inspirada quando leio as mensagens direcionadas aos pequenos, tão especiais e importantes como quaisquer outras.

Mas, confesso que, nos últimos meses, algumas mensagens para as crianças me chamaram atenção e me causaram maior preocupação, que com certeza já é uma preocupação da Liderança Geral da Igreja. 

Eu estava acostumada a ler mensagens de amor, obediência, histórias ilustradas das escrituras, mas, percebi que alguns artigos foram mais específicos e de assuntos mais delicados que são totalmente relacionados aos problemas do mundo atual.

Imagem: Freepik

Vou dar alguns exemplos (links nos títulos):

Abril de 2015 - Contar Segredos e Quando Devo Contar: uma menina conta um segredo para sua amiga, que fica assustada com o que ela pretende fazer com si mesma e abalada sobre o que fazer. Por fim decide contar a mãe para poder ajudá-la. O artigo seguinte fala de algumas situações que podem acontecer com crianças e fala quando e para quem contar os segredos.

Junho de 2015 - O Primeiro Dia dos Futuros Pais de Steven: Um menino está muito chateado por cantarem na primária uma música especial para o dia dos pais, já que seu pai havia decidido abandonar os filhos. Sua mãe acaba por contornar a situação e incentiva-o a celebrar a data como o dia dos futuros pais, para que ele seja um ótimo pai no futuro e ele fica mais feliz.

Agosto de 2015 - Socorro, Alguém Está se Divorciando: Faz uma exposição de tópicos sobre situações, dúvidas e sentimentos que as crianças sentem quando isso acontece em sua família, e como lidar com cada caso.

Agosto de 2015 - Uma Escolha Difícil: um menino é convidado para jogar videogame com seu amigo, mas o jogo é muito violento e ele se sente mal. Toma coragem e pede para não jogá-lo e mudam a brincadeira.

Outubro de 2015 - Encontrar Ajuda: um menino vê algo muito ruim sem querer na televisão relacionado a pornografia e não consegue tirar a cena da mente e se sente muito mal e perturbado. Ele ora e depois sente que deve procurar os pais. Estava com medo mas por fim o faz e sente-se melhor ao procurá-los.

A cada mês algum artigo voltado às crianças continua me chamando a atenção. Mencionando apenas a Liahona, vimos artigos sobre divórcio, pornografia, bullying, abandono, palavra de sabedoria, jogos violentos, até mesmo indicação sobre pedofilia. Eu acho um pouco pesado, não é?

Mas, esse é o mundo que vivemos, e tanto nós como nossos filhos precisamos aprender a ter coragem de dizer não, ser firme, enfrentar os desafios. Todos nós passamos por alguma situação similar, mas parece que isso está acontecendo cada vez mais cedo, e a prova está aí: conselhos dos líderes sobre estas situações tão delicadas!

Acredito que, como pais, cabe a nós ficarmos bem atentos e usarmos realmente todas as oportunidades para orientar e alertar nossos filhos sobre os perigos e situações que podem acontecer. Conversas no carro, noite familiar, hora do jantar, ou mesmo algo que esbarre na nossa frente, nosso alerta parece ser cada dia mais fundamental!

Enfim, vamos ajudar e estarmos atentos aos sinais e situações com nossos filhos. Vocês já passaram por algo assim? Como os ajudaram?


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

"Quando demostramos gratidão sentimos uma transformação em nosso coração" - por Phoenix Costa

Hoje nossa história da vida real é de uma pessoa incrível, e que muitos de vocês já devem ter visto - ou ouvido (ela canta maravilhosamente) - algo dela alguma vez na vida. A Phoe foi minha amiga de juventude, e como é bom ver o quanto ela cresceu e se desenvolveu nestes últimos anos. Se casou com quem ela sempre amou desde que a conheci, e hoje tem 4 meninas que não sei como ela fez para serem tão lindas.



Ela mora faz algum tempo nos EUA (o que começou com uma oportunidade pra ela, mas sua vida se desenvolveu por lá) e quem mora fora sabe com é desafiador estar longe da família, e eu pedi para ela falar um pouquinho sobre como é estar longe e seus desafios, misturados com as dificuldades que ela tem (e não são poucas), mas como a Phoe tem um pensamento muito maior, ela decidiu não falar das problemas, mas sim das alegrias e da gratidão pelo o que ela vive. E ficou muito melhor do que eu esperava.

À você e sua família, desejo todas as alegrias, bençãos, saúde e sucesso em suas vidas. Sou muito grata por ter conhecido você - saiba que escuto sua voz nos trajetos de muitos domingos e idas ao templo para me inspirar e sentir o Espírito que você proporciona com sua voz - espero que vocês alcancem ainda muitos sonhos e o que há de melhor nessa jornada da vida.

Aqui está o relato e depois, um pouquinho mais sobre ela (e aí vocês vão ver como vocês já conhecem ela de algum lugar)!

---

Fico lisonjeada pelo convite que me foi feito pela Flávia a alguns meses atras para contar como é ser uma mãe de 3 (na época gravida do 4), e morando nos Estados Unidos. Confesso que este foi um dos posts mais difíceis que  tive que escrever ( fiz alguns rascunhos, falando sobre diversos tópicos dentro deste assunto, mas nunca consegui concluir nenhum). 

Com a correria do dia a dia, a adição de mais um membro na família, etc, continuei a procrastinar a tarefa. Porém, apos o discurso do Élder Utchdorf nesta ultima conferência geral de 2015 falando sobre "simplificar", me veio o sentimento de compartilhar uma lista grudada na minha geladeira com "10 coisas pelas quais sou grata" (agradecimentos especiais a uma amiga muito querida pela ideia da lista!), pois não estamos todas no mesmo barco com relação a estas coisas? 

Gratidão por...
1) Acordar cedo = Crianças para amar
2) Casa para arrumar = Local seguro para morar
3) Roupas para lavar e dobrar = Roupas para usar
4) Louças para lavar = Comida para comer
5) Farelos em baixo da mesa = Refeições em família 
6) Privadas para limpar = Saneamento básico 
7) Muito barulho = Pessoas em minha vida
8) Compras a serem feitas e contas a serem pagas = $ sendo provido
9) Incontáveis perguntas sobre tudo  = Cérebro infantil em desenvolvimento
10) Cansaço físico, mental e emocional = Ainda estou viva! :)




Em Doutrina & Convênios 78:19 lemos: - "E aquele que receber todas as coisas com gratidão será glorificado...". 

Em um mundo conturbado e bombardeado por tantas informações e provações, muitas pessoas se veem confusas sobre a vida e sua principal razão nesta terra, esquecendo-se o que aprendemos nas escrituras de que: "Os homens existem para que tenham alegria" (2 Néfi 2:25). 



Ter alegria significa termos um coração repleto de gratidão ao nosso Pai Celestial. Gratidão necessariamente não significa focarmos nas coisas às quais temos ou não; porém, em sermos gratos por nossas circunstâncias, sejam elas quais forem. 

Todos temos provações e desafios em nossas vidas; faz parte do plano de nosso Pai Celestial em aprendermos a nos sujeitarmos a sua vontade, seja ela de acordo com nosso desejo e tempo ou não. Quando demostramos gratidão sentimos uma transformação em nosso coração por um desejo de sermos melhores, termos alegria e focarmos no que realmente importa. 

Sou grata por todas as bençãos, juntamente aos desafios e provações em minha vida. Não preciso citar todos aqui e nem fazer uma lista gigantesca das coisas pelas quais sou grata. Basta apenas citar estes 10 pontos básicos para exemplificar a gratidão que pode ser encontrada em meio as coisas cotidianas e simples da vida. :)  


Phoenix nasceu e cresceu em Curitiba, Paraná, Brasil. Ela tem 28 anos, é casada e mãe de 4 filhas mulheres. Melody (6), Sophie (4), Chloe (2) e Helena (4 meses). 
Ela é quarta geração ativa de a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Brasil. Sua bisa-avó Aline Felber conheceu o evangelho em 1938, logo após migrar ao Brasil, vinda da Suíça, Europa, durante a Segunda Guerra Mundial. 

Além da família e o evangelho, uma de suas maiores paixões é a música. Phoenix é formada no curso de Superior em Canto (BM in Music, Vocal Performance), pela Universidade de Brigham Young. 



Ela gravou os hinos da igreja em Português e outras peças sacro-religiosas que podem ser encontradas para uso gratuito do público através do site liahona.net, e no canal do YouTube (liahonaNet). Ela também já participou de várias outras gravações para igreja incluindo o "mensagens mórmons" – (link: https://www.youtube.com/watch?v=X6KQWHUV31s)



Para Phoenix nada é mais importante do que uma família unida e centrada no evangelho e nos ensinamentos de Jesus Cristo. Seus hobbies incluem além da música; yoga, culinária, e uma boa soneca. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

"Choramos (...) por ver as promessas do Senhor se cumprindo" - Por Camila Alves

Hoje temos um relato de parto perfeito no blog, porque ele está repleto de momentos espirituais, provações e inúmeras demonstrações de fé. A Camila e o Thiago tiveram um experiência e tanto, foram exemplares, e assim, muito abençoados.

Opções de parto geralmente são um tema polêmico no mundo materno, e não foi diferente pra ela (ou eles né). Eu sou a favor da escolha da mãe, independente de qual seja, mas vejo que mães que não querem uma cesárea tem precisado lutar muito para conseguir o que querem, principalmente com seus obstetras - seja preocupação, situação da mãe e do bebê, medo, facilidades ou até conveniência - e a Camila também passou por isso. Em todas estas horas - de muitas dúvida, frustrações e ansiedades -  ela se agarrou a sua fé, e provou que os desejos justos são atendidos pelo Pai Celestial.

Camila, desejo tudo de melhor para você e sua família, que tem a linda Bella que chegou com uma história maravilhosa. Sejam muito felizes nos momentos e desafios da vida de vocês!

Eu pensei em resumir, mas... não consegui! São tantos detalhes, então, aproveitem cada pedacinho desse relato!



O PREPARO

Desde que nos casamos procuramos sempre tomar nossas decisões em conselho com o Senhor. No início de 2014 passamos pela maior provação do nosso casamento até então. Durante uma das vezes que suplicava ao Pai Celestial que me desse paz e ajudasse a compreender os propósitos Dele, eu disse “Pai Celestial, o que devo aprender com essa provação? Quero aprender logo para que ela passe porque já não aguento mais. Se isso for para nos mostrar que chegou o momento de dar o próximo passo e termos um bebê, pode mandar. Já não tomo pílula há quase um ano.” Nosso plano era esperar mais um ano para engravidar, pois estamos novos e não tínhamos pressa. Ao terminar a oração, li um discurso do Elder Robert D. Hales de Novembro de 2011 – Esperar no Senhor: Seja Feita a Tua Vontade. E consegui desenvolver um pouco mais de paciência.
No mês seguinte engravidei. Descobri no final de maio e fiquei muito feliz e assustada. Um misto de emoções. Mas meu sonho sempre foi ser mãe, então aceitei a ideia muito feliz e comecei a me preparer pra isso.
Durante a gravidez eu e Thiago pesquisamos muito a respeito do parto, amamentação, educação para crianças, estímulos, etc e nos apaixonamos juntos pela ideia de parto humanizado, natural e respeitando a mãe, o bebê e a natureza. Eu sempre disse que queria um parto normal, mas que se precisasse faria cesarea e nesse momento de pesquisas eu percebi que precisava decidir o que queria e lutar por aquilo. Precisava acreditar que era capaz, ter fé e confiar no Senhor.
Tive uma gravidez maravilhosa, curti cada minute com minha pequena e me apaixonei varias vezes por ela. Nao tive nenhum problema ou alteração. Ela se desenvolveu bem e eu me adaptei bem também.
Já estava determinada a ter um parto normal, o mais natural possível e conversei com meu medico a respeito. Algumas coisas que ele pensava eram diferentes das que eu pensava, mas por confiar e gostar dele, eu estava disposta a abrir mão.

A ANSIEDADE

A data prevista pra ela nascer (40 semanas) era dia 15 de janeiro. Janeiro se aproximava e todo mundo estava  na expectativa, ansiosos pra conhecer nossa mocinha. Eu já estava na 38a semana e nenhum sinal de parto. Fazia exercícios, caminhava, ficava na água quente, tudo o que eu podia pra estimular o meu corpo. Um dia, muito aflita, pedi ao Thiago para me dar uma bênção do sacerdócio. O que eu queria era paz e tranquilidade. O Thiago se preparou e me deu uma bênção maravilhosa, dizendo que o Pai Celestial estava feliz comigo e que eu teria o parto que eu queria e que traria a Bella ao mundo com dor e através dela eu a amaria como Ele me ama. Quando ele terminou a bênção nós dois ficamos perplexos e eu me apeguei a essa promessa para viver as próximas semanas.
Todo início de ano o Thiago me dá uma bênção e 2015 não foi diferente. Na nossa noite familiar de metas, ele me deu uma bênção e reafirmou todas as promessas feitas na bênção que tinha me dado antes.
O tempo foi passando e nada do meu corpo reagir, mas eu ainda tinha certeza de que o Senhor cumpriria a promessa Dele e que ia dar tudo certo e eu teria um parto normal, mas eu sentia que seria provada até o ultimo minuto. 40 semanas. Fomos ao medico e ele disse “o colo do seu útero continua grosso e fechado, ela ainda não encaixou. Mas como vocês duas estão muito bem, vamos esperar mais uma semana.” Saí de lá com um pouco de medo. Eu tinha 6 dias pra fazer meu corpo reagir e dar sinais de parto. E a essa altura, muita gente já estava me pressionando, dizendo que era perigoso esperar mais, que eu era irresponsável, que já tinha passado a data. Eu sabia que ela estava bem e era isso que importava. Eu tinha que confiar no Senhor, afinal Ele tinha prometido, a bênção tinha sido muito clara.

A SENTENÇA

Eu não dormi durante a semana seguinte. Me deitava e o sono não vinha, me levantava e ia pra cadeira de balanço e passava horas orando ao Pai Celestial que me desse força e fé e pedia que no dia seguinte meu corpo desse algum sinal de parto. Numa dessas noites eu disse a Ele em uma das orações “O Senhor prometeu que eu teria o parto que eu queria. Meu corpo tem que reagir, porque o medico não vai esperar mais” e eu senti bem mansinho “o parto com o seu medico não é o parto que você quer”. Só que depois de quase 41 semanas de pré-natal, eu não considerava mudar minha opção.
A data da consulta chegou, era um dia antes de completar 41 semanas. Não conseguia nem converser com o Thiago, fui muda o caminho inteiro, morrendo de medo do que eu ouviria, mas com a esperança de ter alguma dilatação. O medico examinou, ouviu o coração dela e disse que ela estava ótima. Sentamos na mesa e ele disse que sabia que eu queria muito um parto normal, mas que não seria possível e faríamos a cesárea no dia seguinte. O Thiago perguntou sobre indução e ele respondeu impaciente que eu não tinha chance de pegar indução e que não teria um parto normal. Eu nem consegui responder. Fiquei ali sentada, vendo ele preencher os papéis da cesarea e ouvindo as instruções sobre jejum absoluto, internação, anestesia, tudo o que eu não queria no meu parto. Senti minha fé vacilar. Quando entramos no carro eu desmontei. Chorei como nunca antes, foi o choro mais amargo que já senti. Doía minha alma e eu não conseguia parar.

O DESESPERO

O Thiago nem foi trabalhar. Ficou comigo e tentou me consolar, dizendo que ainda dava tempo e eu poderia entrar em trabalho de parto até o outro dia. Para mim não tinha mais jeito, a sentença tinha sido dada e era aquilo. O problema não era simplesmente a cesárea, mas sim o fato de que nós duas estávamos bem, não tinha motivo para indicar a cirurgia e tínhamos nos preparado tanto para aquele momento. O fato era que tínhamos recebido uma promessa, à qual me apeguei até aquele momento, com toda a fé que eu tinha. Então eu vi minha fé vacilar, me senti sozinha e desamparada. Não conseguia compreender por que o Pai Celestial havia feito uma promessa que não cumpriria. Foi o pior dia da minha vida, foi a pior dor que já senti. Num determinado momento eu disse pro Thiago “tenho certeza que nem o parto pode doer tanto. Essa dor é insuportável.”e ele sofreu comigo cada minuto, e chorou também.

ESPERANÇA

As 23:00 eu continuava chorando muito e o Thiago teve o impulso de me dar outra bênção. Ele já tinha sentido outras vezes ao longo do dia e ignorado, ele também estava fraco e inseguro e chegou a duvidar das bênçãos que havia dado e questionado sua dignidade. Mas dessa vez o impulso foi forte e ele se levantou da cama, vestiu as roupas de domingo, colocou as mãos na minha cabeça e me deu uma bênção. No início ele me abençoou para ter paz e naquele momento eu senti o espírito santo me consolar e o ambiente da casa mudar, minhas lágrimas pararam e eu pensei na expiação e pude sentir Jesus Cristo ao meu lado e soube que o Pai Celestial não havia me abandonado. Ele prosseguiu e terminou a bênção ordenando ao meu corpo que reagisse, que a bolsa rompesse e as contrações começassem. Senti minha fé restaurada e quando ele tirou as mãos da minha cabeça eu me levantei e disse “Vamos andar”. 
Descemos para o estacionamento do condomínio e ficamos andando e conversando por mais de uma hora. O clima era outro, não estávamos mais desesperados, existia uma nova esperança, uma luz e sentimos nossa fé ser revigorada.
Acordei no dia seguinte e o céu estava lindo, muito sol, pouca nuvem e eu estava feliz. Acordei o Thiago e disse “É hoje! Hoje vamos conhecer nossa filhinha!” Lanchamos e fomos fazer uma caminhada. Caminhamos bastante pra ver se estimulava o meu corpo, mas nada aconteceu. Por volta das 10 da manhã o Thiago disse “Precisamos de uma segunda opinião, vamos em outro hospital.” Nós dois já sabíamos qual hospital seria, já que havíamos pesquisado muito sobre ele e chegamos até a considerar fazer o pré natal e o parto lá. Então eu cedi e sugeri que fôssemos pra casa e orássemos a respeito antes de tomar qualquer decisão.

O CONSELHO

Chegamos em casa, cantamos um hino e escrevemos num papel as nossas opções. 1 – Ir para o hospital onde faria a cesárea, 2 – Ir no hospital sobre o qual havíamos pesquisado pra ouvir uma segunda opinião e 3 – Ligar para o medico pedindo mais um dia de prazo. Decidimos que só tomaríamos alguma atitude quando tivéssemos o mesmo sentimento. Nos ajoelhamos e fizemos uma oração pedindo que o Senhor nos guiasse. Pude sentir claramente que a ordem era 2, 3 e 1. Escrevi num pedaço de papel e o Thiago escreveu também e quando mostramos um pro outro, tivemos paz e certeza de que deveríamos ouvir outra opinião.

A DECISÃO

Colocamos tudo no carro e fomos para o hospital público. No momento que chegamos lá eu senti paz. Fomos muito bem atendidos e contamos nossa história. Enquanto esperávamos, falei com uma amiga minha que era enfermeira lá. Ela ligou para as colegas dela e falou que estávamos lá, fugindo de uma cesárea. Kelly foi a enfermeira obstetriz que nos atendeu. Um verdadeiro anjo. Ela disse que poderíamos esperar mais uma semana ou induzir o parto naquele dia. Depois de tanta pressão e estresse, escolhemos induzir. Então ela nos mandou para um lugar onde fazem auriculoterapia e escalda pés. Fiquei lá, relaxando, recebendo massagens e tentando não pensar na cesárea.
Então liguei pro medico, para pedir pra ele esperar até o dia seguinte, pois tinha medo da indução não dar certo. Quando liguei ele me disse que não esperaria, que o coração dela estava ocilando nas duas consultas anteriores e que ele achava que ela não resistiria ao parto normal.  Desliguei o telefone quase chorando e decidida a fazer a cesárea. Tudo o que eu queria era o bem da minha filha. O Thiago sugeriu que escutássemos o coração dela antes de irmos embora. Esperamos mais uma hora e  eu fui para o banheiro fazer uma oração perguntando o que deveria fazer. Antes de terminar a oração eu ouvi claramente “Você já recebeu sua resposta na bênção. Por que pergunta de novo?” Quando fomos atendidos, ouvimos o coraçãozinho dela e estava perfeito. A enfermeira até riu e disse “essa escola de samba aqui? Ela está ótima!”. Finalmente internamos e fomos fazer um eletrocardiograma, que monitoraria o coraçãozinho dela por 30 minutos pra garantir que estava tudo bem. O exame deu excelente e eu senti paz novamente.

O PARTO



Induzimos o parto as 19h do dia 22. 4 horas depois não tinha evoluido nada. As 3 horas minha bolsa rompeu e eu estava com 2 cm de dilatação. As contrações começaram e doíam muito, mas eu estava feliz por sentir aquela dor, pois sabia que significava que meu corpo estava reagindo e que eram as promessas do Senhor se cumprindo. Passei a noite em claro, gritando de dor, caminhando e ficando no chuveiro. As 6 da manhã estava exausta e só tinha 4 cm de dilatação. Eu caminhava, vomitava de dor, mesmo sem ter nada no estômago e tentava respirar fundo. Fui acompanhada por uma doula, uma psicóloga e enfermeiras maravilhosas, todas anjos que me ajudaram muito.
As 10 da manhã eu não aguentava mais e pedi anestesia. Meu trabalho de parto estava lento e já tinha muitas horas que eu estava perdendo liquido. Me deram anestesia as 11 da manhã do dia 23 de janeiro. Foi uma dose baixa, só pra eu conseguir dormir um pouco. Junto com a anestesia, me deram soro com ocitocina pra acelerar o processo. Dormi por 2 horas, e foi o suficiente pro meu corpo relaxar e a Bella descer e encaixar. Acordei as 13 horas com dor de contação novamente. Decidi andar um pouco, mas quando cheguei no corredor, a bomba de ocitocina ficou sem bateria. Enquanto as enfermeiras resolviam o problema falei com a doula “Preciso fazer cocô”. Mal sabia eu o que isso significava. Me levaram de volta pro quarto e eu já conseguia controlar a dor melhor. Fiz alguns agachamentos e já me colocaram na posição de cócoras, com o Thiago sentado atrás de mim me apoiando. Eu não entendi o que estava acontecendo, achava que ainda faltavam umas 5 horas pra ela nascer. Então a doula passou na frente e disse “olha, to vendo o cabelinho dela!” Eu assustei! “Ela ta chegando?” A enfermeira já se posicionou e foi preparando tudo. Fechou as cortinas pra deixar o quarto com pouca luz e me acalmou e disse que eu conseguia. O Thiago me abraçou e o meu pai me deu a mão e a Bel (doula) me deu a mão também.

Empurrei umas 5 ou 6 vezes e ela nasceu. Veio direto pro meu colo, e ficou comigo por mais de uma hora. O Thiago cortou o cordão umbilical e ela mamou. Eu e Thiago choramos muito, não só pela emoção do nascimento, mas principalmente por ver as promessas do Senhor se cumprindo. Senti Ele comigo o tempo todo, e sabia que ela estava bem e nasceria saudável. Tivemos que lutar contra o sistema, contra o medico, contra uma cesárea eletiva, com nossas famílias e até com nós mesmos. Sem dúvida foi a maior prova de fé que já passamos, mas nos fortalecemos e crescemos muito.



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Organizando a casa - Parte 3: Congelados

Se tem algo que facilita muito a vida de alguém que precisa cozinhar é o freezer. Eu não sei quem o inventou, mas seja quem for OBRIGADA!

Aqui em casa eu cozinho com certeza frequência a comida do dia a dia (afinal para a comida boa mesmo e deliciosa, o marido é quem manda), e não sou a maior fã do fogão, então tudo o que é prático eu procuro fazer, desde que se mantenha saudável.

Então, costumo congelar com frequência tudo aquilo que preparo e que não vou conseguir comer em pouco tempo (aquilo que sei que é tranquilo e fica bom depois de descongelar). O feijão é o top conhecido que todos congelam e aqui também, mas já congelei pedaços de pizza que fizemos em casa, temperos frescos como cebolinha e outros itens, afinal, melhor do que jogar fora, e prático para usar em outra oportunidade.

Costumo com muita frequência também congelar comidinhas para o Mateus. Ainda procuro dar uma alimentação melhor pra ele e nunca sabemos as mudanças de rotina e como ficam algumas coisasno fim de semana, e ter uma comidinha fácil de colocar no microondas para descongelar é excelente.

Por fim, o que sempre faço e congelo é tempero. Costumo ou picar ou moer alho e cebola de uma vez só e encho cubinhos de gelo (tenho uma forma só pra isso) e congelo. Menos dias de cheiro na mão por isso e mais facilidade: fica a dica!


O que vocês fazem para se organizarem na cozinha?